Na minha vida tive palmas e fracassos
Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu
Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar
Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser .
Adagio in G Minor
Faltas tú neste adágio beijos
Há a ideia de que quando se concede à razão inteira liberdade ela destrói todas as emoções profundas. Esta opinião parece-me devida a uma concepção inteiramente errada da função da razão na vida humana. Não é objectivo da razão gerar emoções, embora possa ser parte da sua função descobrir os meios de impedir que tais emoções sejam um obstáculo ao bem-estar. Descobrir os meios de dminuir o ódio e a inveja é sem dúvida parte da função da psicologia racional. Mas é um erro supor que diminuindo essas paixões, diminuiremos ao mesmo tempo a intensidade das paixões que a razão não condena.
Guerra Junqueiro
Ai, ha quantos anos que eu parti chorando
Deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi ha vinte?... ha trinta? Nem eu sei ja quando!...
Minha velha ama, que me estas fitando,
Canta-me cantigas para me lembrar!...
Dei a Volta ao mundo, dei a volta a Vida...
So achei enganos, decepcoes, pesar...
Oh! A ingenua alma tao desiludida!...
Minha velha ama, com a voz dorida,
Canta-me cantigas de me adormentar!...
Trago de amargura o coracao desfeito...
Ve que fundas magoas no embaciado olhar!
Nunca eu saira do meu ninho estreito!...
Minha velha ama que me deste o peito,
Canta-me cantigas para me embalar!...
Pos-me Deus outrora no frouxel do ninho
Pedrarias de astros, gemas de luar...
Tudo me roubaram, ve, pelo caminho!...
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar!
Como antigamente, no regaco amado,
(Venho morto, morto!...) deixa-me deitar!
Ai, o teu menino como esta mudado!
Minha velha ama, como esta mudado!
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...
Canta-me cantigas, manso, muito manso...
Tristes, muito tristes, como a noite o mar...
Canta-me cantigas para ver se alcanco
Que a minha alma tenha paz, descanso,
Quando a Morte, em breve, me vier buscar!...
OS SIMPLES, 1892
ENVIADO POR ABEL DE PORTUGAL
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